Bolsonaro libera saques do FGTS para aquecer economia com poupança do trabalhador

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Anunciados como um ‘benefício concedido’ pelo governo Bolsonaro, os saques emergenciais do FGTS, a partir do dia 29 de junho, não são uma ajuda nem tampouco um benefício para ajudar os trabalhadores durante a crise econômica, que foi agravada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O governo quer apenas movimentar a economia ‘liberando’ o saque de um dinheiro que deveria ser usado em um momento de necessidade como aposentadoria ou na compra da casa própria.

Para o trabalhador, pode parecer vantajoso, mas de acordo com o economista da subseção do DIEESE da CUT, Alexandre Ferraz, o que o governo faz é ‘gentileza com o chapéu alheio’ e isso pode comprometer planos futuros, quando o trabalhador estiver mais vulnerável, ganhando menos, como quando se aposentar, ou quando quiser realizar o sonho de comprar uma casa ou apartamento, que são os principais objetivos do Fundo. “O efeito desses saques emergenciais pode ser severo para os próprios trabalhadores, pois a crise está aumentando ainda mais a taxa de desemprego, hora em que o dinheiro do FGTS é essencial para a sobrevivência”, avalia a técnica da subseção do Dieese da CUT nacional, Adriana Marcolino.

Como será a liberação

Os saques estão autorizados para quem tem saldo em contas ativas e inativas do FGTS. O valor máximo dos saques emergenciais é de até R$ 1.045,00 das contas, como prevê a MP 946/2020, em 7/4. Os créditos serão feitos de maneira gradual nas poupanças sociais digitais abertas pela Caixa para todos os trabalhadores, de acordo com a data de nascimento.

Os saques ou transferências do dinheiro não serão possíveis em um primeiro momento. Os trabalhadores poderão movimentar essa conta somente para pagar boletos on-line ou fazer compras pela internet ou ainda em lojas físicas que aceitem o cartão virtual gerado pela conta digital da Caixa Tem. Só a partir do dia 25/7, os trabalhadores poderão iniciar os saques de acordo com um calendário feito pela Caixa com base no mês de nascimento. Acesse o link https://bit.ly/2UYy3vJ para ver o calendário de pagamento.

É importante lembrar que quase 70% das contas do FGTS têm saldos inferiores a R$ 1.045,00, mesmo juntando ativas e inativas. De acordo com Alexandre Ferraz, do Dieese, muitas delas, não têm nem R$ 200,00. Por isso, o economista acredita que o impacto na economia não será efetivo. A liberação de saques emergenciais do FGTS compromete a capacidade de investimento em programas habitacionais, de saúde e educação.

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