O Sindicato dos Bancários do Ceará acompanhou dia 27 de dezembro a reintegração da bancária do Bradesco, Francisca Menezes Pereira Rodrigues, que foi demitida em abril de 2017, sem justa causa, mesmo tendo feito sucessivos relatos de ser portadora de doença ocupacional em exames periódicos realizados pelo banco.
Ela conta que passou o dia trabalhando normalmente e no final do expediente recebeu a carta de demissão, após se dedicar à empresa desde setembro de 1984, quando foi admitida ainda pelo Banco do Estado do Ceará (BEC), comprado em 2006 pelo Bradesco. Francisca relata ainda que, na época da sua demissão, trabalhava na área de Pessoa Jurídica, mas que, durante mais de dez anos, exerceu a função de caixa (atividade que exige movimentos repetitivos dos membros superiores, o que lhe causou e agravou um problema nas mãos, tendo feito, inclusive uma cirurgia). Por trabalhar numa área bastante competitiva, ela revela que várias vezes se absteve de tirar uma licença saúde, pois temia ser demitida. “Foram anos de serviço, com dedicação, responsabilidade e, de repente, você é descartada, sem nenhum motivo. Dá muita indignação”, disse a bancária.
Em julho de 2017, o Sindicato ingressou com ação judicial pedindo a reintegração da bancária, o restabelecimento do plano de saúde e indenização por danos morais. Um laudo pericial produzido por determinação do juiz condutor do processo indicou que a doença de Francisca foi agravada pelo seu trabalho no banco, mas mesmo assim, o juiz não atendeu ao pedido da bancária. O Sindicato recorreu então ao Tribunal Regional do Trabalho e em setembro de 2019, o TRT da 7ª Região deu ganho de causa à bancária, condenando o Bradesco a reintegrar a bancária, restabelecer seu plano de saúde e a pagar uma indenização por danos morais.
Para Francisca, essa foi uma importante vitória diante das dificuldades que enfrentou por quase três anos. “Durante esse período passei por grande aperto. O valor que recebia do INSS só dava para pagar o plano de saúde que eu tive que arcar. Além disso, meus filhos ainda fazem faculdade e dependem financeiramente de mim”.
Ela agradeceu ainda o apoio que recebeu do Sindicato dos Bancários. “O Sindicato que me alertou que, devido a minha doença, eu teria direito de entrar com o pedido de reintegração. E durante todo o processo, tive todo o apoio necessário, sobretudo do advogado Vianey Martins, acompanhando o processo, tirando dúvidas sobre informações que eu não entendia. O Sindicato foi um grande parceiro nessa minha vitória”.
Por fim, ela destaca que os bancários que estejam passando por situações semelhantes não se acomodem e não deixem de lutar por seus direitos. “Procurem o Sindicato, busquem seus direitos, porque se a gente não for à luta, nossos direitos não são respeitados. Para mim, essa volta, além de significar o retorno do meu salário, dos benefícios, significa justiça”, concluiu.