Caixa Econômica Federal: Nova reestruturação preocupa empregados

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A Caixa Econômica Federal anunciou na semana passada uma nova reestruturação na rede, com a justificativa de “alinhamento da Matriz com a Rede” e “garantia do padrão na execução das diretrizes corporativas”. Pela proposta, haverá redução na quantidade das atuais superintendências regionais e a criação de outras instâncias de decisão no banco, como as superintendências executivas na rede.

A representação dos empregados lamenta que, mais uma vez, a empresa adote medidas que mexem com a vida funcional dos trabalhadores sem qualquer discussão prévia. A indefinição provocada por medidas de reestruturações sem nenhum debate com os trabalhadores está gerando um clima de medo e insegurança no ambiente de trabalho, acarretando muitas dúvidas entre todos os bancários das áreas afetadas. Segundo informações da direção do banco, a reestruturação reduzirá o número de Superintendências (Sure) de oito para seis (as Sure passarão a se chamar Superintendências Nacionais de Varejo – SUV). As superintendências regionais também serão reduzidas das atuais 84 para 54.

O resultado da reestruturação – que já vem sendo implantada desde 2016 – é uma incógnita. Mas analisando este processo que visa a segmentação e a verticalização (priorização de clientes de rendas mais elevadas), e que prometia o fortalecimento da Caixa frente à concorrência, o que se verificou foi exatamente o contrário: o banco público perdeu mercado para os bancos privados. O Santander e o Itaú, por exemplo, ganharam espaço no mercado de crédito, com destaque para o empréstimo imobiliário. Aliado a isso, o lucro da Caixa tem dependido cada vez menos das operações bancárias, como oferta de crédito, e mais da venda de ativos e de operações de tesouraria, como venda de títulos (ITVM), e comercialização de ações (Petrobras), ou com a imposição de um teto de gastos para o Saúde Caixa.

A direção do banco também nega que a venda de ativos significa a privatização do banco, mesmo seguindo a tendência de venda de ativos, fatiando o banco. Outra preocupação das entidades representativas dos empregados é que a reestruturação sinaliza para uma clara mudança no perfil do banco com foco nos negócios.


“Estamos cobrando da direção da Caixa garantias para os empregados afetados por essa reestruturação que irá prejudicar não apenas os trabalhadores, mas também a função social do banco, que vem adotando cada vez mais uma linha comercial e abandonando o atendimento à população”
Marcos Saraiva, diretor do Sindicato e da Fenae


 

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