A Caixa Econômica Federal emitiu no dia 22, um comunicado interno avisando seus empregados da Reabertura Programa de Desligamento de Empregado (PDE). O objetivo é desligar até 1.626 empregados. Segundo o comunicado, o PDE tem o objetivo de dar suporte financeiro aos empregados que queiram se desligar do banco. Quem tiver interesse deve aderir ao programa entre os dias 26 e 30 de novembro, mas o banco tem a prerrogativa de aceitar ou não, o pedido.
“Não cabe a nós interferir na decisão do empregado que tiver interesse em aderir ao programa. Nossa preocupação é com aqueles que vão permanecer no banco, pois aumentará a sobrecarga de trabalho e isso, com certeza, aumentará ainda mais o número de adoecimentos”, observou a secretária de cultura e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na mesa de negociações com o banco, Fabiana Uehara Proscholdt.
A pesquisa “Saúde do Trabalhador da Caixa”, realizada pela FSB Pesquisas, entre os dias 2 e 30 de maio de 2018, a pedido da Federação Nacional dos Associados da Caixa Econômica Federal (Fenae), que um em cada três empregados da Caixa teve algum problema de saúde relacionado ao trabalho nos últimos 12 meses. As doenças psicológicas e causadas por estresse representam 60,5% dos casos.
“A falta de empregado já é um problema gravíssimo na Caixa e tende a piorar o adoecimento dos bancários. O número de afastamentos do trabalho para tratamento de saúde e o de pessoas que trabalham mesmo estando doentes chega a níveis alarmantes. É urgente a contratação de novos empregados. O banco, porém, segue na contramão e faz esse movimento para reduzir ainda mais o número de trabalhadores”, critica o coordenador da Comissão Executiva de Empregados (CEE) da Caixa, Dionísio Reis.
“Não tem sentido a redução de empregados, assim como também não tem sentido a intenção de privatizar a Caixa. O banco não está quebrado e não dá prejuízo aos cofres públicos. Ao contrário, exerce um importante papel para o desenvolvimento socioeconômico do país e é lucrativo”, completou.
Redução do banco
O coordenador da CEE/Caixa chama a atenção, também, para a redução do banco como um todo. “O banco chegou a ser responsável por mais de 70% da carteira de financiamentos imobiliários do país. Também assumia o papel de financiador de diversos outros programas sociais do governo, como o Fies, o ProUni, o Luz Para Todos e tantos outros. Mas, após o impeachment da presidenta Dilma, seu perfil de atuação foi alterado. Aos poucos o banco vem abandonando seu papel social, aumentando suas taxas e tarifas e reduzindo o montante de recursos disponíveis para investimento.
Com isso, abre brechas para que bancos privados ocupem espaço no mercado”, disse Dionísio lembrando que os recursos destinados ao programa Minha Casa, Minha Vida caíram de um patamar de R$ 26 bilhões durante o governo Dilma para cerca de R$ 6 bilhões com Temer.
“Existe uma grande diferença entre os bancos públicos e os bancos privados, que vai além da diferença das taxas e tarifas cobradas de seus clientes. Os bancos públicos estão preocupados em atender as verdadeiras necessidades da população, em contribuir com o desenvolvimento socioeconômico do país. Já os bancos privados se preocupam apenas com o lucro”, explicou.