Dataprev e Petrobrás: Sindicato apoia luta dos trabalhadores contra a privatização e a retirada de direitos

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O Sindicato dos Bancários do Ceará expressa sua solidariedade aos trabalhadores da Dataprev e da Petrobrás que estão em greve contra o desmonte promovido pelo governo Bolsonaro.


Após 14 dias em greve contra as 493 demissões anunciadas e a ameaça de privatização da estatal, os trabalhadores da Dataprev conquistaram a abertura de negociação e suspenderam a greve, retornando ao trabalho dia 5/2. A decisão de suspender a greve foi aprovada em assembleia, quando os sindicalistas informaram aos trabalhadores o resultado da audiência realizada dia 4/2, no Tribunal Superior do Trabalho (TST). A ministra Kátia Magalhães Arruda, do TST, sugeriu a suspensão da greve, das demissões e o não desconto dos dias parados até que as partes cheguem a um acordo mediado pela vice-presidência do Tribunal.


Os sindicalistas comemoram a abertura de negociação e a suspensão das medidas que a empresa havia anunciado, mas alertaram a categoria que a luta é muito maior e vai exigir muita organização e mobilização de todos. Segundo eles, o governo Bolsonaro já indicou que quer privatizar unidades da Dataprev em todo o Brasil. Antes disso, alertaram, querem fechar, precarizar, demitir. A ideia do governo é centralizar atividades da Dataprev no Ceará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal, onde estão situadas as Unidades de Desenvolvimento (UDs) e os Datacenters.


Já os trabalhadores da Petrobrás seguem na luta. No dia 4/2, o ministro Ives Gandra Martins Filho, do Tribunal Superior do Trabalho (TST) deferiu um pedido de tutela de urgência da Petrobras para acabar com a greve dos petroleiros ou determinar a manutenção do efetivo mínimo para garantir os serviços em suas unidades operacionais. Entretanto, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou por meio de nota à imprensa que a greve nacional da categoria continua. Os petroleiros estão em greve desde o dia 1º/2 contra a demissão de mil trabalhadores e o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), de Araucária, no Paraná, e cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2019/2020. Mais de 30 unidades do Sistema Petrobras em todo o país estão paralisadas em vários estados.



Atendendo ao pedido da Petrobras e ignorando o direito de greve, Martins Filho determinou que 90% do efetivo da Petrobras volte ao trabalho nas unidades paralisadas e impôs multa diária de até R$ 500 mil caso os sindicatos dos petroleiros de todo o país mantenham a greve da categoria.  Para a FUP, esses critérios são desproporcionais, tanto no que diz respeito aos efetivos, quanto em relação às multas que podem chegar a R$ 4,5 milhões por dia.


Casa da Moeda – Embora não estejam em greve ainda, os trabalhadores da Casa da Moeda também estão se mobilizando contra o desmonte da instituição e a ameaça de privatização. No dia 3/2, os trabalhadores fizeram uma greve de advertência de 24h contra a venda da estatal e o corte de benefícios sociais conquistados pela categoria. Os trabalhadores afirmam ainda que a venda da Casa da Moeda do Brasil, que está no pacote de privatização do governo, ameaça a segurança e a soberania nacional.