A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) enviaram dia 28/6 ofícios ao presidente, Rodrigo Pacheco (Democratas-MG), e às lideranças partidárias no Senado Federal, pedindo a aprovação do PL 1011/2020, que inclui a categoria bancária como prioridade na vacinação prevista no Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid-19. O projeto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados.
“A categoria está na linha de frente, atendendo milhões de brasileiros que precisam dos serviços bancários. Queremos vacina para todos, mas é justo que os trabalhadores dos serviços considerados essenciais tenham prioridade”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira. “Já comprovamos os riscos de se trabalhar em local fechado, como é o caso de nossa categoria. Mas, esta é uma medida que pode conter o contágio e reduzir as mortes não apenas entre os bancários, mas também entre as pessoas que precisam ser atendidas pelos bancários”, completou.
A Contraf-CUT também já entregou ofício para o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, solicitando prioridade no PNI contra a Covid-19. O documento apresenta dados técnicos que mostram a necessidade da priorização da categoria e tem anexo, inclusive, um laudo médico explicando que a “característica física do ambiente de trabalho propicia a maior concentração do vírus e o evidente contágio e, devido aos necessários cuidados com a segurança, as agências bancárias são fechadas e não oferecem ventilação e nem circulação natural de ar.” E que “estudos científicos demonstram que um indivíduo adulto, em atividade laboral leve, com jornada de 8 horas, inspira e, portanto, exala, cerca de 4.400 litros de ar (147 inspirações/minuto, 600/700 ml por inspiração x 60 minutos x 8h) com variações de acordo com o esforço físico. Nestas condições, independentemente da fala, tosse ou espirro, a emissão de aerossóis se propaga em suspensão por horas no ambiente, aumentando drasticamente as possibilidades de contágio”.
A prioridade na vacinação protege os trabalhadores, mas também protege as pessoas que precisam ser atendidas.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Dieese, mostram que a categoria bancária registrou um crescente número de encerramento de contratos de trabalho por morte, seguindo uma tendência similar aos casos de óbitos desde o início da pandemia do novo coronavírus. No primeiro trimestre de 2020 o impacto da pandemia do novo coronavírus foi quase nulo, com uma média mensal de óbitos de 18,33 vidas. Já no mesmo período deste ano (2021), com o agravamento da pandemia no país, a média mensal de óbitos se elevou para 52 vidas, com crescimento de 176,4%.
Após a aprovação na Câmara, o projeto apenas foi recebido pela coordenação de comissões permanentes, mas ainda não houve tramitação no Senado. Por isso a importância destes ofícios e também da continuidade da pressão dos sindicatos em suas bases, agora sobre os senadores.