Financiários: organizar para resistir

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Se organizar como categoria para resistir à retirada de direitos. Essa foi a definição da 4ª Conferência Nacional dos Financiários, realizada dia 11/8, virtualmente. A programação contou com debates sobre remuneração, emprego e condições de trabalho. “Apesar de não ter negociação este ano, precisamos iniciar a preparação desde já para a negociação do próximo ano, que promete ser muito difícil”, afirmou Jair Alves, coordenador da Comissão de Negociação com as financeiras.

Para Gustavo Tabatinga, secretário-geral da Contraf-CUT, a atividade das financeiras foi uma das mais impactadas pela pandemia. “Com a redução da atividade econômica em 2020, a gente viu um ataque aos trabalhadores deste setor, com a redução de postos de trabalho. É um desafio diferente, enquanto outras categorias foram incluídas como serviço essencial, as financeiras não foram incluídas neste aspecto, o que permitiu que as empresas reduzissem o número de vagas. Nosso desafio maior é organizar esses trabalhadores. Pois ainda temos um patamar muito embrionário de representação nesta categoria. Algumas financeiras onde tínhamos um trabalho muito bem desenvolvido viraram bancos e agora temos uma busca dos patrões em mexer nos direitos que historicamente conquistamos”, afirmou Gustavo.

Saúde do Trabalhador – Saúde sempre foi muito importante para o movimento sindical. Com a pandemia, ganhou ainda mais importância. Os representantes dos trabalhadores demonstram preocupação com as sequelas da Covid. É preciso abrir um canal de negociação com as financeiras os direitos de tratamentos, cuidados especiais para esses trabalhadores.

Na sequência, a economista da subseção do Dieese do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Catia Uehara, fez uma apresentação dos dados de emprego e remuneração do setor. O Banco Central brasileiro tem 59 financeiras registradas. Juntas, elas tiveram mais de 2 bilhões de lucro em 2020. Apesar do valor chamar atenção, representa queda de 44,5% na comparação com 2019. Rosângela Vieira, também economista do Dieese do SEEB/SP, completou a apresentação com dados sobre o número de estabelecimentos no Brasil.

Antes de apresentação das propostas regionais, Cynthia Valente, assessora jurídica do SEEB/SP, fez uma retrospectiva sobre as negociações com a Fenacrefi. Ao final, os delegados aprovaram a pauta específica dos financiários, que será encaminhada à Fenacrefi.

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