Luta leva ao encerramento do projeto de "orientação financeira"

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O Santander entrou em contato com a representação dos trabalhadores no último dia 7/6 e comunicou o encerramento antecipado do projeto de “orientação financeira”, com bancários trabalhando “voluntariamente” aos sábados. No dia 6/6 o projeto já havia sido descontinuado em nove das 29 agências com atendimento programado. A proposta inicial era encerrar o projeto no dia 29 de junho.


Nos seis sábados as agências ficaram às moscas. Sindicalistas foram para essas agências com o intuito de mostrar as contradições da ação do banco, que se propunha a dar “orientação financeira”, mas cobra altas taxas e tarifas dos brasileiros.  Nas atividades, os dirigentes também esclareceram os “voluntários” sobre os riscos aos quais ficam expostos ao trabalhar “voluntariamente” para seu próprio empregador aos sábados.


O Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico dos bancários do Santander, estabelece em sua cláusula 35, que as demandas do banco e dos empregados inerentes à relação de trabalho, devem ser tratadas no Comitê de Relações Sindicais. Além disso, o procedimento fere o artigo 224 da CLT e a lei 4.178/1962 – esta, por sua vez, é clara ao determinar que estabelecimentos de crédito não funcionarão aos sábados, em expediente interno ou externo.


“O encerramento antecipado do projeto é uma grande vitória do movimento sindical. Trabalho voluntário deve ser feito em alguma instituição que vise o bem-estar social e não em um banco, que tem como objetivo o lucro. Além disso, ‘educação financeira’ é respeitar o cliente, reduzindo juros e tarifas praticadas e contratando bancários, num ambiente de trabalho saudável, para prestar um atendimento de qualidade”, afirmou Aílson Duarte, diretor do Sindicato e funcionário do Santander.