A chuva torrencial que caiu sobre o centro de Fortaleza no sábado, dia 7/3, não foi capaz de deter as mulheres aguerridas, lutadoras, cheias de sonhos e esperança que desejam participar de uma outra forma de intervir no cotidiano. Essas mulheres que querem fazer a luta de forma diferente, na expectativa da transformação social. Essas mulheres que querem se pertencer e decidir suas vidas e suas próprias histórias, bordando, cantando, lutando com amor e arte para se afirmarem como seres visíveis e humanos.
As mulheres não querem ser como os homens, nem querem o lugar que eles ocupam, querem o direito de ser o que são, do jeito que são, querem apenas o próprio lugar no mundo. E depois de tudo não querem vingança, querem tão somente igualdade. Mais uma vez, no dia 7/3, as mulheres bancárias mostraram que é possível fazer a luta com arte e com sensibilidade, basta ter um olhar para o que há de mais humano em cada pessoa. Teve arte, teve cultura, teve música, artesanato e muita sensibilidade.
A psicanalista e mestra em Educação, Lêonia Cavalcante Teixeira, trouxe para todas um momento de reflexão, com a arte contemporânea de várias mulheres pelo Brasil e pelo mundo. Segundo ela, é importante valorizar o que é produzido pelas mãos, a volta do bordado e de outras formas de artesanato não são apenas uma forma de cultura, mas também de resistência, num mundo onde hoje tudo é tecnologia. “É preciso resistir, instrumentalizar nossas lutas, valorizar o que é nosso e sair dessa cultura do ‘colonizado’, que só valoriza o que vem de fora. Precisamos também mudar essa cultura do patriarcado e isso começa dentro de nós, com a educação, pois essa é uma luta de todos – homens e mulheres”, disse.
“Essa foi uma manhã com sabor de arte, cultura e resistência. Minha gratidão à professora Leônia, pela sua valiosa palestra onde ela nos ensinou que devemos continuar acreditando sempre e de mãos dadas. Meu agradecimento também a cada expositora que nos presenteou com seus lindos trabalhos feitos com tanto amor; a violinista Vitória Cruz (do projeto Acordes Mágicos), a poetisa Itanira Soares (Mulheril das Letras) e a cantora que encanta em seus 11 anos, Joana Alice (Vila das Artes). Nossa gratidão a todas e todos que compareceram para prestigiar nosso evento”, destacou a secretária de Igualdade e Diversidade do Sindicato, Francileuda Nascimento.
8 de Março Unificado – Cerca de 10 mil mulheres dos mais diversos coletivos, centrais sindicais, movimentos sociais, populares, estudantes e partidos políticos ocuparam as ruas da Praia de Iracema no dia 8/3, Dia Internacional da Mulher. A marcha fez parte do Festival 8 de Março – Pela vida das mulheres contra o fascismo, machismo, racismo e LBTFobia – e teve concentração no Centro Dragão do Mar e Arte e Cultura. As bancárias cearenses participaram do evento com uma tenda enfocando o lugar da mulher no mercado de trabalho. Em seguida, houve uma caminhada pelas ruas da Praia de Iracema. A atividade foi encerrada com um ato político-cultural.