Nota: Sindicato dos Bancários se solidariza com professores perseguidos pela UFC

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O Sindicato dos Bancários do Ceará se solidariza com os cinco professores da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC) que estão sendo vítimas de perseguição e assédio moral.


Os professores Beatriz Xavier, Cynara Mariano, Felipe Braga, Gustavo Cabral e Newton Albuquerque são também representantes sindicais da ADUFC, sendo quatro deles membros do Instituto Latino Americano de Estudos sobre Direito, Política e Democracia (ILAEDPD) e integrantes da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).


A tentativa de criminalização dos docentes se origina do reitor da UFC, Cândido Albuquerque e do diretor da referida faculdade, Maurício Benevides, e tem como instrumento cinco ações de indenização por danos morais, a indicação de uma sindicância administrativa e a abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) sem sindicância prévia, com indicação de demissão, a ser concluído em 60 dias. Tudo isso, fundamentado em suposta insubordinação grave, mas com notória natureza de perseguição política, tendo em vista, além da atuação dos professores no movimento docente da UFC, o fato de terem disputado com Maurício Beneveides as últimas eleições para a diretoria da faculdade.


Beatriz Xavier e Gustavo Cabral ganharam a maioria dos votos dos alunos, enquanto Maurício Benevides e Camilla Freitas, a vice-diretora, foram a preferência entre os docentes. Sendo o peso do voto dos professores maior, a chapa de Maurício foi eleita. Na eleição, ele foi apoiado pelo atual reitor, Cândido Albuquerque. Os professores relatam que, desde então, têm sofrido uma série de ataques pessoais nessa gestão por parte da direção da faculdade.


Esse é mais um capítulo da intervenção política do Governo Bolsonaro na UFC, que em total desrespeito à autonomia universitária, ameaça a pluralidade acadêmica absolutamente necessária ao avanço científico e corrobora com a tentativa de destruir as instituições democráticas do país.


A Universidade deve ser um espaço plural e de debate, não ser gestado por um ambiente de perseguições e assédio contra quem pensa diferente. Por isso, reafirmamos, com isso, a disposição do nosso sindicato de se opor incansavelmente a esta e a outras investidas do fascismo no Brasil, assim como aos ataques do governo federal contra o povo brasileiro e as liberdades política e de cátedra.