Presidente do BNB destituído 24h após tomar posse é indicado para gerência da agência montese

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Alexandre Borges Cabral, que foi nomeado presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) por menos de 24h em junho passado, é agora novamente nomeado para assumir a gerência geral da agência Montese. O Sindicato dos Bancários do Ceará recebeu a notícia de que a nomeação, assim como a anterior para a Presidência, veio de negociação em Brasília envolvendo o bloco do chamado “Centrão”, grupo de partidos sem coloração ideológica que se aproximou do governo Bolsonaro.

Para quem não se lembra, o Conselho de Administração do BNB decidiu, dia 3/6, destituir Alexandre Borges Cabral da presidência da Instituição. Ele havia sido empossado um dia antes, dia 2/6. A saída de Cabral ocorreu depois de vir à tona um processo movido pelo TCU (Tribunal de Contas da União) que apura supostas irregularidades em contratações feitas pela Casa da Moeda no período em que ele ficou à frente da estatal, de 2018 a 2019. O suposto prejuízo é de R$ 2,2 bilhões.

Desde que o Centrão se aproximou do governo Bolsonaro, vários integrantes do bloco têm sido nomeados para ocupar diversos cargos em instituições públicas federais, como CBTU, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (com orçamento estimado em R$ 54 bi), Secretaria de Vigilância em Saúde, entre outras.

“Não vamos aceitar que o BNB, uma instituição reconhecida internacionalmente e de fundamental importância para a região Nordeste, seja utilizada como parte de um jogo político. O Centrão se aproximou do governo para reviver a chamada prática do ‘toma lá-dá cá’ e estão tentando transformar o Banco num objeto de barganha política. Tentaram nomeá-lo como Presidente, a sociedade reagiu e não deu certo. Agora, tentam nomear esse cidadão para outro cargo no Banco, quem sabe com que intenções. Não vamos admitir essa postura”, afirma Tomaz de Aquino, diretor do Sindicato e coordenador da Comissão Nacional de Funcionários do BNB (CNFBNB).

“Esse é o governo que afirma aos quatro ventos que não existe mais corrupção no Brasil. Ao invés de prezar por funcionários de moral ilibada para estar à frente de suas agências, insiste em nomear pessoas que estão sendo investigadas por cometer irregularidades em locais por onde passou”.
Carmen Araújo, diretoria do Sindicato e funcionária do BNB

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