Rita Serrano assume a Caixa com compromisso de retomar papel social do banco

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A nova presidente do banco a representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Caixa, Maria Rita Serrano, assume a instituição com a meta de reorganizar e retomar o papel social da Caixa. A noite da posse, quinta-feira (12), foi simbólica pois é a data em que a Caixa Federal completou 162 anos.

“Vamos reorganizar o banco para que ele cumpra, com excelência, o gerenciamento dos programas de transferência de renda do governo federal e do Minha Casa Minha Vida; ampliar a parceria com Estados e municípios para o desenvolvimento de projetos de infraestrutura e, sobretudo, melhorar o atendimento à população”, afirmou a nova presidenta.

Em seu discurso, ela destacou o papel estratégico do banco na gestão de políticas públicas e fez críticas a gestões passadas que classificou como liberais. “Houve uma política de “assédio e medo na direção do banco”, se referindo à condução do banco durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

“Eu afirmei para os meus colegas que a gestão pelo medo na Caixa acabou”, disse Rita Serrano em referência às gestões e Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa denunciado por assédio sexual e Daniella Marques Consentido que o substituiu, indicada por Bolsonaro.

Tomarei todas as medidas que estiverem ao meu alcance para combater o assédio e a gestão pelo medo. O ambiente de trabalho precisa ser agradável, com respeito e diálogo

– Rita Serrano

Auxílio Brasil e Minha Casa, Minha Vida

Uma das medidas anunciadas pela nova direção é a suspensão do empréstimo consignado no Auxílio Emergencial, que agora volta a se chamar Bolsa Família.

“Estamos suspendendo o consignado do Auxilio Brasil, por duas razões. A primeira é que o Ministério do Desenvolvimento Social vai revisar o cadastro dos beneficiários, então é de bom tom que a gente mantenha, pois nós não sabemos quem ficará nesse cadastro ou não. E a outra razão é que de fato os juros para essa modalidade consignada são muito altos. Nós estamos suspendendo para reavaliar essa questão dos juros e ver as possibilidades que existem para tentar baixar esses juros dentro das regras de conformidade”, explicou a nova presidenta.

A taxa de juros cobrada aos beneficiários que contratam o empréstimo consignado ao auxílio é de 3,45%, acima da média de outras modalidades como para aposentados e pensionistas, que é de cerca de 1,9%.

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Rita Serrano ainda assumiu, entre outros, os compromissos de cumprir com excelência a gestão de programas sociais e transferência de renda, em especial do Minha Casa Minha Vida; atuar junto a estados e municípios em projetos de infraestrutura; e investir em tecnologia para melhorar o atendimento aos clientes.

A nova presidenta anunciou também, durante o evento de posse, que a Caixa abrirá 12 novas agências explicando que conhece a realidade do banco, a falta de equipamentos e trabalhadores e que será uma “grande batalha”, mas reforçou a necessidade de novas unidades, em especial em regiões onde não há presença efetiva de instituições e serviços bancários para atender à população.

“Agora é a hora de construirmos juntos uma nova Caixa para um novo Brasil”, disse Rita Serrano.

Reconhecimento

A cerimônia de posse teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva  (PT) e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que declarou apoio a Rita e afirmou que o ministério será “grande parceiro” da presidenta. “É emocionante ver a Caixa voltar às mãos dos trabalhadores”, disse o ministro.

Lula também elogiou a dirigente afirmando estar “convencido de que com a nova gestão da Caixa o país vai conseguir bancarizar a massa pobre da população e melhorar a situação salarial das pessoas, além de tocar os programas sociais e os investimentos em infraestrutura”.

“A Caixa tem uma participação extraordinária. Eu pude saber a força extraordinária da Caixa ao financiar as casas”, disse Lula.

Veja trecho do discurso de Rita Serrano na cerimônia

 

 

Rita Serrano é servidora da Caixa há 33 anos e ocupava uma cadeira no Conselho de Administração da Caixa como representante dos trabalhadores. Foi também presidenta do Sindicato dos Bancários do ABC e faz parte do Conselho fiscal da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae).

Fonte: CUT

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