Saiba tudo que o Sindicato já fez para proteger a categoria bancária durante a pandemia do coronavírus

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Desde o decreto de pandemia pelo novo coronavírus, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no dia 11/3, o Sindicato dos Bancários do Ceará agiu rápido nos cuidados com a saúde da categoria. Imediatamente, a entidade procurou o Comando Nacional dos Bancários para acionar a Fenaban e negociar proteções para a categoria.


Já no dia seguinte, 12/3, foram feitas as primeiras reivindicações aos bancos. De lá para cá, muitas medidas foram adotadas graças aos pedidos e acompanhamento da representação dos trabalhadores. Criamos também um canal de denúncias junto aos bancários cearenses, através do e-mail bancariosce@bancariosce.org.br, para balizar as demandas que seriam levadas ao Comitê de Crise com a Fenaban.


Após o início do pagamento do auxílio emergencial na Caixa, que gerou muita aglomeração nas agências devido a concentração do processo de pagamento no banco público, o Sindicato iniciou uma campanha de mídia e de circulação de carros de som esclarecendo a população da importância do isolamento social, do uso de meios alternativos para se informar sobre o auxílio e da necessidade de só se ir às agências bancárias em casos de extrema necessidade.


O Sindicato também tem monitorado as condições de trabalho dos trabalhadores bancários em todos os bancos, especialmente na Caixa, e levado ao Comitê de Crise todas as pendências e reivindicações.


A prioridade, no momento, é acabar com as aglomerações nas agências e em seus entornos, além de tentar evitar que os bancários sejam prejudicados pelas medidas autorizadas pelo governo e adotadas pelos bancos.



Confira o histórico das negociações:


    Dia 12/3 – Um dia depois que a OMS decretou status de pandemia da Covid-19, o Comando Nacional dos Bancários mandou um ofício para a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) com as primeiras reivindicações e o pedido de reunião de negociação.


    Dia 16/3 – Quando ocorreu a primeira reunião de negociação, foi criado o Comitê de Crise, formado pelo Comando e pela Fenaban.


    Dia 18/3 – O Comando enviou um ofício ao Banco Central solicitando a redução do horário de atendimento dos bancos. No dia 19, o BC publicou uma resolução atendendo ao pedido.


    Dia 20/3 – O Comando enviou ofício ao BB e à Caixa solicitando medidas contra as aglomerações.


    Dia 23/3 – Ocorreu a segunda reunião entre o Comando e a Fenaban, onde foram apresentadas outras 17 reivindicações, entre elas, o pedido de não haver demissão durante a pandemia.


    Dia 24/3 – Os bancos Itaú e Santander informaram ao Comando Nacional dos Bancários que acataram a reivindicação e que não demitirão trabalhadores enquanto a pandemia gerada pelo novo coronavírus (Covid-19) não for dissipada.


    Dia 30/3 – Mesmo após a publicação da MP 927 e de outras medidas e declarações do presidente Bolsonaro incentivando a retomada das atividades, os bancos se comprometeram a manter trabalhadores em casa.


    Dia 8/4 – O Bradesco também assumiu o compromisso de não demitir funcionários enquanto perdurar a pandemia. Com isso, os três maiores bancos privados do país não demitirão, durante a pandemia.


    Dia 13/4 – Em reunião com o Comando Nacional dos Bancários, os bancos informaram que vão atender reivindicação para oferecer máscaras com frente de acetato e instalar barreiras de acrílico nos locais de atendimento das agências.

    Dia 15/4 – Após negociação no Comitê de Crise, o Bradesco inicia a distribuição de máscaras e proteções de acrílico nas agências, além de iniciar vacinação contra a gripe. O BB também iniciou neste dia a instalação de barreiras de acrílico nos caixas.

     Dia 17/4 – Após negociação como Bradesco, foi definido que os funcionários que não estão trabalhando nem em home office entrarão de férias junto com áreas do banco que estão inativas ou que as atividades caíram muito, como financiamento de carros, que serão envolvidas em maior número. O COE reivindicou que as férias sejam iniciadas em maio e que os trabalhadores sejam avisados com alguns dias de antecedência.

     Dia 23/4, o Santander disponibilizou o serviço de telemedicina para os bancários, com maior parte do pagamento da consulta feita pelo banco.

     Dia 23/4 – Foi negociado com o Itaú um acordo coletivo de banco de horas negativo para quem não está trabalhando e nem em home office. O acordo foi aprovado em assembleia virtual realizada pelo site do Sindicato nos dias 11 e 12/5, trazendo garantias importantes para os funcionários do banco.

     Dia 27/4, a Caixa garantiu a manutenção do rodízio de empregados durante a pandemia. Também nesse dia, em negociação com o Santander, ficou acertada a renovação do acordo aditivo à CCT por dois anos e o acordo da PPRS dos funcionários, acordos que foram aprovados em assembleia virtual no site do Sindicato, nos dias 13 e 14/5.

     Dia 28/4, em negociação do comitê de crise, os bancários garantiram a manutenção dos trabalhos em home office e o compromisso da Fenaban de que qualquer alteração na situação dos bancários afastados, seria negociada com os sindicatos.

     Dia 29/4 – Os funcionários da BV Financeira conquistaram acordo que garante o emprego e a renda do funcionalismo. O acordo foi aprovado em assembleia virtual realizada no site do Sindicato no dia 7/5.

     Dia 7/5 – O Comando Nacional denunciou prática unilateral do Santander em flexibilizar o protocolo de sanitização das agências, pondo em risco a saúde de bancários e clientes. O assunto está pautado para a próxima reunião do Comitê de Crise e a Fenaban já se comprometeu em debater o assunto com o Santander e demais bancos, após a cobrança do Comando.

     Dia 8/5 – O Comando solicitou a suspensão da abertura das agências da Caixa aos sábados.

     Dia 12/5 – Em negociação do Comitê de Crise, os bancários conquistaram que nos cinco maiores bancos do país (BB, Caixa, Itaú, Santander e Bradesco), seja garantida a testagem dos bancários e o serviço de telemedicina.

     Dia 21/5 – O Comitê orienta os empregados da Caixa a não se autodeclararem fora dos grupos de risco. Essa opção foi inserida em um novo protocolo incluído pela Caixa no dia 18/5.

     Dia 22/5 – O Comando questiona a Caixa sobre a mudança nos protocolos que pode vir a pôr em risco a saúde de bancários e população.


     Dia 25/5 – O Coletivo Nacional de Saúde da Contraf-CUT debate situação da categoria durante a pandemia e critica a flexibilização dos protocolos de segurança em alguns bancos.


     Dia 26/5 – Sindicato dos Bancários do Ceará negocia com a Fenaban o funcionamento das agências bancárias durante os feriados religiosos antecipados em Fortaleza (dias 27 e 28/5) garantindo atendimento social contingenciado.


     Dia 27/5 – A pedido das entidades sindicais, Caixa prorroga trabalho remoto.


     Dia 1º/6 – Comando Nacional orienta empregados da Caixa a emitirem a CAT em casos de contrair coronavírus.


     Dia 2/6 – Comando Nacional reivindica cumprimento da CCT durante a pandemia, especialmente, nas cláusulas que versam sobre a saúde do bancário.


     Dia 4/6 – Comando Nacional condena cobranças de metas durante a pandemia. Bancos como Bradesco e Caixa são citados pedindo o fim dessas cobranças.


     Dia 5/6 – COE Itaú cobra abertura de CAT para funcionários infectados. No mesmo dia, banco anuncia prorrogação do home office até setembro.


     Dia 9/6 – A pedido das entidades sindicais, Bradesco amplia testes de Covid-19.


     Dia 10/6 – Comando envia ofício à Caixa para renovação do trabalho remoto e outras pautas referentes à pandemia.



Sempre na luta!


Neste período de pandemia, ficou bem evidente a atuação do movimento sindical em defesa dos bancários. Tudo que foi conquistado foi fruto de muita negociação. Nada foi concedido livremente pelos bancos. Assim como todos os benefícios da categoria, tais como PLR, vales refeição e alimentação, o convênio médico e tudo aquilo que os bancos dizem ser “benefícios” são, na verdade, conquistas da luta da categoria.