Santander adota medidas que podem levar ao adoecimento

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Os representantes dos trabalhadores do banco Santander se reuniram por videoconferência dia 7/5 para avaliar e definir ações de enfrentamento às iniciativas do banco, que contrariam orientações do Ministério da Saúde, governadores e prefeitos e colocam em risco a vida de seus funcionários, clientes e da sociedade como um todo.

Segundo os representantes dos trabalhadores, o banco deixou de fazer a sanitização das unidades onde foram confirmados casos de covid-19 e se prepara para romper o isolamento social e retomar as atividades normais, em um momento em que as autoridades destacam a necessidade de paralisação total das atividades em diversos locais do país. Estas questões serão debatidas também no comitê de crise formado pelo Comando Nacional dos Bancários e pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos).

 No Ceará não é diferente!

No início desta semana, o Santander mudou o protocolo de proteção aos bancários durante a pandemia. A mudança foi de forma unilateral, sem abrir diálogo com os representantes da categoria. O protocolo inicial consta que, quando houver diagnóstico de bancário com covid-19, o mesmo, juntamente com os demais colegas devem ser afastados do trabalho, a agência deve ser fechada para a correta desinfecção. E, somente após esse procedimento, é que todos os funcionários devem voltar ao trabalho. No novo protocolo criado pelo banco, só é afastado o bancário que tem o diagnóstico, os demais não são afastados, e, pior ainda, o Santander não faz o processo de desinfecção. Nos últimos 20 dias, três agências tiveram casos confirmados de covid-19 e em nenhuma delas houve a devida higienização. A direção do Sindicato dos Bancários do Ceará está trabalhando no sentido de apresentar denúncia nos órgãos do Estado e Município no sentido de promover diligências sanitárias junto às unidades do banco.

Para os representantes dos empregados do Santander, flexibilizar as medidas de segurança em um momento que se discute a implantação do lockdown em diversos pontos do país é uma grande irresponsabilidade. Mostra que o banco está preocupado com o lucro do que com a vida de seus funcionários e clientes.

 Contrassenso – Para a representação dos trabalhadores, é um contrassenso o banco espanhol adotar medidas que podem levar funcionários e clientes ao adoecimento e contribuir para o aumento dos casos em toda a sociedade logo depois de anunciar o lucro de R$ 3,85 bilhões nos três primeiros meses do ano, com crescimento de 10,5% em relação ao mesmo período de 2019 e uma rentabilidade de 22,3%. Em 2019, o banco já havia apresentado lucro recorde de R$ 14,550 bilhões, crescimento de 17,4%, em relação ao ano anterior. Os dirigentes sindicais destacaram que, retomar as atividades normais e chamar os clientes para as agências bancárias pode levar à repetição no Brasil de erros cometidos na Europa, que levaram ao colapso do sistema de saúde em diversos países do continente.

 Fúria espanhola – Os dirigentes sindicais disseram, ainda que, tanto as medidas adotadas pelo Santander, quanto os vídeos dos diretores de rede, seguem a linha ditada pelo presidente do Santander no país, Sérgio Rial. Segundo os relatos, em videoconferência com funcionários, Rial cobrou o cumprimento de metas e ameaçou demissões caso as mesmas não sejam cumpridas, dizendo, inclusive, que aqueles que pensam diferente e não colaboram prestam um desserviço ao banco e contribuem para um baixo nível de produtividade. Rial teria afirmado, também, que o banco vai se aproveitar da experiência de home office e do aumento da digitalização bancária ocorridos durante a pandemia para manter esse tipo de atuação e serviço depois que a crise passar.

Na mesa de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários a Fenaban, os bancos haviam se comprometido a amenizar as cobranças de metas durante o período da pandemia causada pelo novo coronavírus.

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