Santander: Negociação do CRT garante avanços para os trabalhadores

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O movimento sindical garantiu alguns avanços na reunião do Comitê de Relações Trabalhista com o Santander, realizada dia 1º/8. Na pauta havia pontos como a data do último dia trabalhado (DUT) direcionada; a certificação para trabalhadores afastados; a retirada de portas giratórias das agências; a remoção de vigilantes de pontos de atendimento bancário (PABs); o reajuste do quilômetro rodado; a definição de teto de coparticipação no plano de saúde dos funcionários; que o plano de saúde seja administrado pela Cabesp; e problemas enfrentados pelos trabalhadores para o retorno ao trabalho após afastamento pelo INSS.

Certificações – O Santander tem estabelecido prazo para que os trabalhadores tirem suas certificações, porém, aqueles que estavam afastados e retornaram ao trabalho estão sendo pressionados. Alguns chegaram a receber carta de advertência, o que tem causado apreensão e até o agravamento das doenças. O movimento sindical conquistou prazo de 60 dias para os trabalhadores que não tinham exigência para certificação, mas agora têm. O mesmo prazo foi garantido para aqueles que estavam afastados e estão com a certificação vencida. O banco alegou que, em média, as pessoas levam 35 dias para se certificar e que os problemas pontuais devem ser levados para o RH.

Quilômetro rodado – Em negociação ocorrida em abril, foi conquistado o reajuste do valor do quilômetro rodado, de R$ 0,71 para R$ 0,89, índice defasado desde novembro/2017. Além disso ficou definido que a majoração passará a ser anual. Na negociação do dia 1º de agosto foi garantido que esse reajuste será com base no IPCA, mais vantajoso para os trabalhadores, e não mais pelo IGP-M.

Plano de Saúde – O movimento sindical criticou o aumento abusivo no valor da mensalidade e coparticipação do plano de saúde, que tem levado muitos trabalhadores a reduzirem o número de consultas médicas e exames. O banco negou a reivindicação para implantação de um teto de R$ 200 no valor da coparticipação, alegando que os custos do convênio médico seguem as regras do mercado de saúde.

Retorno ao trabalho – O RH desconta a íntegra do adiantamento salarial dos funcionários que tem o benefício negado pelo INSS, deixando-o sem salário quando este retorna ao trabalho. Esta medida praticada pelo banco afronta a cláusula da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que foi negociada justamente para que o trabalhador afastado não fique sem remuneração nestes casos. O movimento sindical reivindica que o desconto do adiantamento salarial seja correspondente ao máximo de 20% do salário, a partir do retorno do trabalhador, nos casos em que a “dívida” não tenha sido quitada antes. O banco se recusou a discutir o tema individualmente, alegando que essa questão deve ser debatida no âmbito da Fenaban.

Data do Último Dia Trabalhado (DUT) – O banco editou uma nova versão do documento que deveria se limitar a informar sobre o último dia trabalhado dos trabalhadores que se afastam das atividades profissionais e dão entrada na Previdência Social devido a problemas médicos, uma exigência do INSS. A nova versão do banco tenta influenciar, negativamente, a perícia médica em relação ao problema que causou o afastamento. O movimento sindical reivindicou que o banco se limite unicamente a prestar somente a informação do Último Dia Trabalhado, quando solicitado e conforme requerido pela autarquia previdenciária e acordado na cláusula 46ª da Convenção Coletiva de Trabalho 2018/2020.


“O banco cedeu algumas reivindicações, mas se manteve irredutível em outras demandas, mesmo diante de um lucro expressivo que representa 29% do resultado global. É lamentável que, com tamanha lucratividade, o Santander se recuse a atender todas as reivindicações”
Ailson Duarte, diretor do Sindicato e funcionário do Santander


 

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