No sábado, dia 27/6, aconteceu o Encontro Estadual dos Bancários, realizado através de videoconferência, em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Antes do Encontro, foi realizada uma live com o professor, economista e diretor do projeto Reconta Aí, Sérgio Mendonça, através das redes sociais do Sindicato. Esse foi o pontapé inicial da Campanha Nacional 2020.
Durante a live, o presidente em exercício do Sindicato dos Bancários do Ceará, José Eduardo Marinho, fez um breve histórico sobre as negociações realizadas durante o período da pandemia. Ele destacou ainda que os bancários devem enfrentar muitos desafios este ano. “Mesmo com a pandemia, a categoria bancária não está parada. Nós estamos negociando e lutando para garantir os direitos, equipamentos de saúde, condições de trabalho e o respeito que os bancários merecem”, disse.
Já o economista Sérgio Mendonça afirmou que o cenário é extremamente adverso. Ele criticou ainda o modelo de economia de Paulo Guedes, ministro da Economia de Bolsonaro, de estado mínimo. “A Política do Estado mínimo deve ser esquecida, pois a atuação dos Estados é o que está sendo chamado para salvar a economia mundial durante a pandemia. É preciso valorizar os bancos públicos, os órgãos públicos, que têm se mostrado fundamental agora, para se sair mais rapidamente de um cenário pós-pandemia”. Ele destacou ainda que a categoria bancária é extremamente organizada e o setor financeiro ainda lucra muito no Brasil. Mas, mesmo assim, campanha deste ano não será fácil.
Encontro por videoconferência – Com cerca de 130 bancários inscritos, o Encontro Estadual dos Bancários aconteceu, pela primeira vez na história, através de videoconferência. Os participantes elencaram como prioridades absolutas para 2020 a manutenção dos direitos conquistados e a saúde, tanto a questão sanitária, como a saúde mental.
“O fato dos mais de 130 delegados elencarem como prioridade na pauta de negociação a manutenção dos direitos conquistados e o direito à saúde demonstra, claramente, o grau de dificuldade que teremos nessa campanha salarial, porém os banqueiros vão continuar lucrando e, com uma pequena ajudinha que se traduziu em um aporte de R$ 1,2 trilhão por parte do governo federal, fica injustificável retirar direitos”, afirma o funcionário do Santander e secretário de Saúde do Sindicato, Eugênio Silva.
Além disso, os bancários cearenses destacaram a péssima atuação do governo federal durante a pandemia e sua determinação em minar direitos da classe trabalhadora. Nesse sentido, os bancários aprovaram ainda uma moção de repúdio contra o presidente do Santander, Sérgio Rial, que insinua retirar direitos de quem está em home office, e em apoiar as candidaturas, nas eleições municipais 2020, que tenham compromisso com a pauta da categoria bancária e da classe trabalhadora. Os bancários destacaram ainda a importância de se manter a campanha unificada, a mesa única, e a Convenção Coletiva com vigência ampliada.
“Mais de 100 dias de pandemia e todos os dias temos novas questões para solucionar com os bancos. Todos os direitos garantidos durante esse período foram frutos da mesa de negociação. Além disso, vejo com muita preocupação uma realidade que não se tenha democracia, unidade, para organizarmos uma campanha vitoriosa. Só com nossa unidade e mobilização vamos garantir uma campanha vitoriosa”
Ao final, os bancários elegeram ainda os delegados aos Congressos Nacionais dos Funcionários do BB, Caixa e BNB e à Conferência Regional da Fetrafi/NE.
CONFIRA ALGUMAS DAS PROPOSTAS APROVADAS NO ENCONTRO ESTADUAL DOS BANCÁRIOS
– Manutenção da Mesa Única e da Campanha Unificada;
– Mais saúde: com melhorias nos planos de saúde e atenção à saúde mental durante a pandemia;
– Manutenção da política de aumento real e PLR para todos;
– Home office: garantia de direitos, bem como acompanhamento e controle da jornada;
– Reconhecimento da Covid-19 como doença ocupacional, como deliberado pelo STF;
– Proteção ao emprego e à saúde também no período pós-pandemia;
– Melhorar sistemas de descontaminação das agências;
– Mais respeito aos direitos dos bancários com deficiência (PCD’s);
– Defesa da democracia aliada à defesa de direitos;
– Engajamento de uma campanha Fora Bolsonaro;
– Apoio às candidaturas que têm compromisso com a pauta dos bancários e dos trabalhadores.