Artigo: 28 de agosto – A luta dos bancários não pode parar!

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Carlos Eduardo, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará

No dia 28 de agosto comemora-se o Dia do Bancário. É uma data para relembrar o histórico de luta da nossa categoria. A data refere-se a 28/08/1951, quando os bancários decidiram cruzar os braços para reivindicar um reajuste salarial de 40%. Os bancos queriam dar apenas 20%. Os índices oficiais do governo na época apontavam um aumento de 15,4% no custo de vida. Depois de 69 dias de paralisação, os bancários conquistaram 31% de reajuste. Foi a maior greve da história da categoria. Assim, o dia 28 de agosto passou a ser considerado como o Dia do Bancário.

Hoje, mais do que nunca, temos que lembrar dessa história. Mais uma vez precisamos manter a categoria unida e fortalecida para lutarmos contra os ataques que estão sendo desferidos não apenas contra nossa categoria, mas contra toda a classe trabalhadora. O maior motivo de nossa comemoração deve ser a manutenção de nossa aposentadoria e de todos os demais direitos expressos em nossa CCT. Nossa categoria é a única do país com uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) nacional. Nossas negociações são realizadas em mesa única, com bancos públicos e privados e nossas conquistas são válidas para bancários de todo território nacional.

Para saldar esse reconhecido espírito de luta da nossa categoria, no último dia 28 de agosto tomou posse a nova gestão do Sindicato dos Bancários do Ceará, para o quadriênio 2019-2023. Isso acontece num momento de extrema importância, pois nossa categoria enfrenta atualmente grandes desafios, tanto no que diz respeito às mudanças nos modos de produção, do trabalho bancário, como nos sucessivos ataques aos direitos da classe trabalhadora, e suas entidades representativas, em curso desde o golpe institucional de 2016 e, sobretudo agora, orquestrado pelo governo de ultradireita comandado por Bolsonaro.

Acima de tudo, essa nova gestão assume o compromisso da unidade para lutar. Em toda a história da nossa entidade nunca houve essa união de força e nós construímos a unidade para resguardar direitos e fazer jus à nossa tão reconhecida disposição de luta. Essa onda de ultradireita não é só na economia, mas nos costumes. Querem eliminar quem pensa diferente e não querem que questionemos nada. Questionar é ser chamado de vândalo, de baderneiro. O movimento sindical, apesar de ter um papel corporativo, tem também um papel questionador, mobilizador, organizador, orientador de lutas, e assim será feito, respeitando as diferenças, mas unidos por um só ideal: o papel de resguardar direitos da categoria, coisa que a gente já faz, mas sendo solidário em todas as frentes, apoiando lutas conjuntas e ajudando a construir o país que queremos.

Não vai ser fácil! Ser democrático e solidário nunca é! Enfrentaremos vários desafios com esse governo ultraconservador que agora pretende novamente radicalizar a reforma trabalhista de Temer, criando até mecanismos para esfacelar a luta sindical, como o fim da unicidade. Mas vamos seguir unidos e firmes na luta, pois a sociedade de hoje está “desesperançosa”, ansiando por um projeto que apresente a ela uma alternativa.

Esperamos, e trabalharemos para isso, que essa unidade que está sendo colocada como uma gota no oceano possa ser uma grande frente de novas lutas para que venhamos de fato conquistando corações e mentes, tendo a sociedade brasileira cobrando o país que se deseja realmente. É papel nosso perguntar qual o Brasil que queremos. É um Brasil sem aposentadoria? Sem políticas públicas? É um país que cresce, mas sem desenvolvimento? Queremos desenvolvimento, sim, mas com distribuição de renda e condições de vida justas para todos.  Esse é o nosso compromisso. Seguiremos juntos!

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