ARTIGO: Bolsonaro prioriza pauta da morte enquanto ignora vida, emprego e direitos

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Carlos Eduardo, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará

Enquanto o país enfrenta uma das piores crises econômicas e sociais da história, situação que exige pulso firme, competência e um olhar humanitário para o povo brasileiro, Bolsonaro continua fazendo vista grossa para os mais de 14 milhões de desempregados, para as vítimas da Covid-19 e suas famílias e para outros milhões que continuarão sem renda durante a pandemia.

Em meio ao caos no qual estamos mergulhados, Bolsonaro vai ao Congresso, não para anunciar medidas efetivas para recuperação da economia, assistência aos mais vulneráveis e preservação da saúde e da vida dos brasileiros, mas para anunciar como ‘prioridades’ a serem pautadas na Câmara dos Deputados e no Senado pauta recheadas de ideologia genocida.

Para Bolsonaro as prioridades são a flexibilização do porte de armas, a exploração de minerais em terras indígenas, privatizações, a redução dos recursos para áreas como saúde, educação e assistência social, mais impostos e a reforma Administrativa, que pode acabar com os serviços públicos no Brasil.

Bolsonaro simplesmente ignora a grave situação do povo brasileiro. Sem esperança de vacina a curto prazo, sem auxílio emergencial e muito menos possibilidade de conseguir recolocação no mercado de trabalho, milhões de brasileiros enfrentam o terror de não ter o que comer nos próximos meses.

A volta do auxílio emergencial e a vacinação urgente para todo deveriam ser pautas prioritárias nesse momento.  Entretanto, enquanto gasta quase R$ 3 bilhões com alimentação, milhões deles em leite condensado e chiclete, Bolsonaro diz que o governo não tem como continuar pagando o auxílio emergencial a trabalhadores desempregados e informais durante a pandemia.

O governo ignora que o Brasil voltou a registrar números vergonhosos de miséria depois de ter saído do mapa da fome durante os governos de Lula e Dilma. Atualmente, quase 40 milhões de pessoas vivem na miséria no país, com renda per capita de até R$ 89 por mês. E outros 27 milhões de brasileiros passaram a viver, desde janeiro, com menos de R$ 8,20 por dia – R$ 246 por mês. Com o fim do auxílio emergencial, aprovado pelo Congresso Nacional depois de muita pressão das centrais sindicais e movimentos sociais, mais 17 milhões de brasileiros podem ser jogados para abaixo da linha da pobreza, segundo apontou um estudo do IBGE/FGV.

O auxílio emergencial foi a única fonte de renda para 36% dos quase 60 milhões de brasileiros que receberam o benefício. Todo esse contingente de pessoas pode ficar sem renda nenhuma para sobreviver em meio a piora da crise sanitária, social e política no Brasil e o aumento do desemprego.

Por isso, enquanto não houver a segurança da vacina para a maioria da população, é urgente voltar com o auxílio emergencial, que conseguiu garantir não só a comida no prato de milhões de brasileiros, mas também milhões de vidas, e ajudou a movimentar a economia, garantindo a subsistência de várias famílias e de pequenos negócios locais.

Não vamos aceitar essa pauta da morte. Queremos vacina, ajuda financeira para a população mais necessitada e a valorização da vida dos brasileiros. Estamos nessa luta com você!

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