ARTIGO: Crise do coronavírus comprova importância dos bancos públicos

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Carlos Eduardo, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará

Em mais um momento de grave crise, os bancos públicos são chamados para socorrer o país. Em 2008, quando o mundo sofria as consequências de uma grave crise financeira global, os bancos públicos foram utilizados como instrumento para a recuperação da economia. Atualmente, quando enfrentamos o coronavírus e vivenciamos uma conjuntura sem precedentes, novamente a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste do Brasil e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) são chamados para socorrer o país e exercerem, mais uma vez, o papel de financiadores do desenvolvimento nacional.

Diante da certeza de agravamento da crise, a equipe econômica do governo Bolsonaro deu uma trégua no discurso privatista e contra o patrimônio público para anunciar medidas anticíclicas. Agora, as principais iniciativas de proteção à nossa economia dependem dos bancos públicos, que foram convocados a reforçar a liquidez do sistema financeiro e atender as necessidades de crédito de todos os setores da sociedade.

Os bancos públicos têm um importante papel no desenvolvimento do país. Fornecem crédito a juros mais baixos, financiam moradias populares e de alto padrão, investem na agricultura familiar e nas micro e grandes empresas, além de impulsionarem setores informais. Diferentemente dos privados, que atuam apenas para a obtenção de lucro, os bancos públicos podem participar de uma estratégia nacional tanto nos momentos de retração quanto de expansão.

Nesse momento, como principal operadora das políticas públicas, a Caixa poderá contribuir com mais R$ 75 bilhões para ajudar o país a retomar o crescimento econômico. A Caixa está reduzindo os juros para empréstimo, além de conceder pausa de dois meses no pagamento de contratos de crédito.

A realidade mostra como é equivocada posição da equipe econômica e da atual direção da Caixa, que desde 2019 promovem o fatiamento da Caixa por meio da venda de suas subsidiárias, como a Caixa Seguridade. O mesmo vem acontecendo com o BB. Entregar aos bancos privados as peças fundamentais da nossa economia resultará em impacto negativo para população, como o encarecimento da moradia. Representará, ainda, prejuízos vultosos ao desenvolvimento dos estados e municípios e aos pequenos negócios, afetando toda a sociedade em um efeito cascata.

Sem políticas públicas e com o desmantelamento da Caixa e de outros bancos públicos, o Brasil se tornará ainda mais vulnerável a turbulências do mercado financeiro global. A saída possível — oferecida pelos bancos públicos em outras conjunturas igualmente difíceis — decorre de um projeto nacional de crescimento com inclusão, baseado em investimento público, financiamento da produção e das famílias, geração de empregos e aumento da renda da população.

No último ano, toda a classe trabalhadora vem defendendo a importância da função social das empresas públicas, contra as ações de sucateamento e privatização propostas pelo atual governo. Hoje nós temos plena noção da importância destas instituições em sua função de auxiliar, atender e conceder benefícios à população. Estamos parabenizando todos os funcionários de bancos públicos que, com extrema competência, agilizam todo o processo e sistemas de pagamento à população brasileira, que tem urgência e extrema necessidade neste momento. Precisamos defender as instituições públicas, pois nestes momentos críticos são estas instituições que irão socorrer e atender a população brasileira.

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