ARTIGO: Defender o BB, Caixa e BNB é fundamental para o país

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Carlos Eduardo, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará

O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal anunciaram no início de fevereiro uma série de medidas que vão alterar significativamente a remuneração dos seus funcionários. O governo, que manda nos bancos públicos, vem querendo convencer os funcionários que o ruim será bom. Mas, bom para quem?

No BB, o primeiro ponto diz respeito à redução da remuneração fixa, que vai atingir a grande maioria dos funcionários. Além de reduzir o valor de referência da gratificação que o funcionário recebe mensalmente também deve reduzir o valor da PLR paga ao funcionalismo. Não podemos esquecer ainda que também haverá perda no valor do FGTS, 13º, entre outros direitos.

As metas também são definidas unilateralmente pelo banco. Poucos funcionários conseguem cumpri-las, ainda mais que, com as mudanças, para fazer jus ao bônus prometido pelo banco, o funcionário terá de cumprir 120% da meta. Na verdade, o que o banco quer é pagar um adicional para executivos indicados pelo governo Bolsonaro.

Mas isso, provavelmente, é só o começo. Ironicamente, a própria direção do Banco do Brasil não esconde seu desejo de ver o banco privatizado. Essa política se espalha por todos os bancos públicos, com desmonte do orçamento que atende o povo que mais precisa e sucateamento das empresas com retirada de direitos dos empregados e fechamento de agências.  E os bancos regionais, como o BNB, enfrentam situação, com ameaças inclusive de retirada da exclusividade da gestão sobre o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), responsável por boa parte da verba utilizada para promover o microcrédito e o agronegócio, fortes instrumentos de desenvolvimento e incentivo à economia do Nordeste. A Caixa também está sob ataque e passa por uma reestruturação bem traumática, com descomissionamentos dos empregados e desmonte do funcionamento da habitação, serviços das políticas sociais em detrimento de remanejamento para copiar bancos privados que não querem e nem fazem investimentos em políticas públicas.

Com relação ao Banco do Brasil, é importante enfatizar que a população e grande parte das empresas brasileiras precisam dos bancos e das empresas públicas de uma forma geral. O Banco do Brasil é o responsável por aproximadamente 70% do crédito rural no país. Isso significa que o banco financia o agronegócio, que é quem ajuda a manter o equilíbrio da balança comercial brasileira. Mas, mais importante ainda, é quem financia a produção dos alimentos que chegam à mesa de todos os brasileiros. Sem o BB e a política de incentivo rural dado pelo banco, os alimentos vão ficar ainda mais caros.

É por isso que lutamos contra a privatização dos bancos públicos, BB, CEF e BNB, e também contra a política de Estado mínimo, em implantação pelo atual governo. Mas, a política aplicada pelo governo nos bancos públicos não se restringe ao sistema financeiro. BNDES, Petrobras, Eletrobras, Correios, DataPrev, Casa da Moeda, entre outras, todas as empresas públicas vivem a mesma situação.

Mas para vencermos essa política de desmonte, só temos um caminho: a rua, a resistência, a mobilização e a unidade. Seguiremos juntos!

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