ARTIGO: Sociedade reage diante do despreparo do governo Bolsonaro para enfrentar a Covid-19

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Carlos Eduardo, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará

O Brasil está sem governo, sem Estado e rumando à tragédia social durante a pandemia de Covid-19. Diante da maior crise sanitária mundial, o governo Bolsonaro demonstra a cada dia que não tem o mínimo programa de enfrentamento à doença e se limita a incentivar o uso de remédios sem comprovação científica de eficiência e a pressionar governadores pelo fim do isolamento social.

Diante do negacionismo do presidente da República, existe uma pressão desenfreada por parte de setores empresariais para se liberar trabalho de áreas não essenciais, em um cenário oposto ao recomendado pelos protocolos mundiais de saúde ao fim do isolamento, porque o sistema de leitos hospitalares está em colapso, falta proteção social e a curva da pandemia está crescendo cada dia mais. Ressalte-se que, desde o início da pandemia, os movimentos sociais e sindical alertavam para a importância de haver uma coordenação central do processo, como ocorre em todo o mundo.

Como se não bastasse as ações de Bolsonaro, atualmente o país está sem Ministro da Saúde efetivo, pois em apenas 28 dias, Nelson Teich, que substituiu Mandetta, pediu demissão ao ser pressionado a assinar protocolo que liberava o uso irrestrito da cloroquina, que não tem eficácia comprovada contra o coronavírus e ainda é responsável por uma série de graves efeitos colaterais. Esse é mais um dos indicadores dessa falta de coordenação por parte do Palácio do Planalto. Bolsonaro, além de não coordenar nada, ainda ataca toda política correta defendida por órgãos de saúde.

Por sua vez, a sociedade vem reagindo para mudar esse cenário. No dia 21/5 foi realizado em Brasília um grande ato diante da ineficiência do governo em todos os setores: saúde, economia, política etc., e foi protocolado nesse mesmo dia um pedido de impeachment coletivo assinado por partidos da oposição e mais de 400 entidades da sociedade civil organizada. O pedido foi entregue ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ).

No pedido estão citados vários crimes de responsabilidade cometidos por Bolsonaro como estimular o descumprimento de recomendações de autoridades sanitárias, como o isolamento social para conter a disseminação da pandemia – o que contribui para aumentar o número de infectados e mortos e o sofrimento do povo brasileiro, além de incentivar crimes contra a democracia, apologia à tortura, ataques sucessivos à imprensa, sem falar nas investigações de envolvimento do presidente e de sua família com milícias.

Independente desse pedido ser acatado ou não, precisamos estar em mobilização constante contra esse governo que parece não entender que foi eleito para governar todo o país, e não só gerar benefícios para aqueles que o apoiam. Um governo que só se importa em agradar os grandes empresários, que retira direitos da classe trabalhadora e que vem condenando os mais vulneráveis à pobreza extrema e até à morte, no caso dessa pandemia. Precisamos defender a saúde pública, as empresas públicas, a democracia, os direitos e, principalmente, a vida!

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