Banco do Brasil: Nova reestruturação pode reduzir PLR dos funcionários

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As mudanças anunciadas pelo Banco do Brasil dia 3/2 no plano de carreiras e salários pode levar à redução da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) paga aos funcionários, segundo o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

“A PLR é paga com base no valor de referência (VR) da gratificação paga aos funcionários. As mudanças anunciadas pelo banco reduzem o VR e, com isso, a PLR também pode ser reduzida”, explicou o representante dos funcionários.

A próxima parcela da PLR, que tem que ser paga até o final de março, ainda não sofre alterações. O valor é referente ao semestre passado, quando ainda valia o VR anterior. Mas, a partir deste ano, o banco quer economizar reduzindo o valor a ser pago de PLR aos funcionários. A hora é de mobilizar para garantir diretos e impedir mais esse ataque aos trabalhadores.

Remunerações mensais – As mudanças também atingem as remunerações mensais. Com a alegação de aumentar as remunerações para evitar a perda de funcionários para bancos e outras empresas privadas, o banco instituiu um bônus de até quatro salários por ano para quem cumprir metas. Mas, em contrapartida, o banco vai reduzir os valores de referência das gratificações pagas aos funcionários. As mudanças geram perdas de até 15% da remuneração mensal dos funcionários. O banco tenta vender isso como sendo algo bom, que vai equiparar os salários aos do mercado privado. Todos sabem que cargos em empresas públicas são disputados devido ao salário acima da média do mercado. As mudanças implantadas reduzem os salários dos funcionários concursados, de carreira, que conquistaram o emprego por méritos próprios, e aumentam o dos “funcionários” que ocupam cargos preenchidos por nomeação do governo e da direção do banco, indicados pelo marcado privado. Ou seja, a proposta traz redução de salários para o conjunto dos funcionários e aumento para uns poucos indicados pelo mercado. E o governo vende a ideia de que isso é bom. É bom pra quem?

Paulo Guedes quer destruir o BB – Se a privatização não é o caminho para acabar com o BB como conhecemos hoje, o governo Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, estuda outros meios de atacar o BB. Isso inclui facilitar a demissão de funcionários e vender os ativos do banco. Apesar de negativas da direção do banco e do Ministério da Economia sobre mudanças, informações obtidas pela agência Reuters confirmam o movimento de Paulo Guedes contra o BB. Estas novas revelações sobre os planos de Guedes para o banco demonstram que virão mais ataques contra os trabalhadores.

FUNCIONÁRIOS PROTESTAM CONTRA REESTRUTURAÇÃO

Bancários de todo o país realizaram na quinta-feira (6/2) um Dia Nacional de Luta contra as mudanças anunciadas pelo Banco do Brasil no dia 3/2 no plano de carreiras e salários dos funcionários. Entre outras alterações, as mudanças reduzem em até 15% o valor de referência (VR) das gratificações recebidas pelos funcionários, extingue cargos e cria outros.

Em Fortaleza, os diretores do Sindicato visitaram várias agências durante todo o dia levando esclarecimento e tirando dúvidas. A última unidade visitada foi a agência Praça do Carmo, onde a direção do Sindicato conversou com os funcionários e clientes sobre o engodo do governo e da direção do banco, que vende algo prejudicial como sendo bom.

Os funcionários aderiram às atividades e, vestidos de preto, mostraram sua indignação com as mudanças que estão sendo colocadas em prática sem qualquer negociação prévia com a representação dos trabalhadores. Além de mostrarem sua indignação vestindo roupas pretas, os funcionários protestaram nas redes sociais com fotos das manifestações e a hashtag #deformaBB, em alusão ao nome do projeto de mudanças, chamado pelo banco de “Performa”.

O banco alega que as mudanças potencializarão os ganhos dos funcionários, com foco no reconhecimento a partir de seus desempenhos. Basta analisar as medidas da atual gestão para vermos que isso não é a verdade. O que a medida quer promover é a redução dos salários dos funcionários.

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