BNB: Movimento sindical condena postura do BNB ao aplicar a MP 927

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O Comando Nacional dos Bancários condena a postura do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) em aplicar junto aos funcionários que estão trabalhando o artigo referente ao banco de horas previsto na Medida Provisória 927, editada recentemente pelo governo federal. Inicialmente, o BNB se pautou por uma linha negocial com os sindicatos, colocando, a pedido das entidades, pessoas em teletrabalho, além de fazer um esforço grande para que as pessoas fossem liberadas para o isolamento social e o trabalho à distância e algumas, inclusive, liberadas do trabalho para cuidar de sua saúde.

A representação dos trabalhadores foi surpreendida quando, após a emissão da MP 927 por parte do governo federal, o BNB tenha feito uso da MP, sendo que sua aplicação é totalmente desnecessária diante do fato de termos uma mesa permanente de negociações.

“Nos surpreende que o Banco do Nordeste ataque logo os funcionários que são praticamente heróis, que saem das suas residências todos os dias para ir trabalhar, mesmo se expondo aos riscos, e contrariando inclusive as orientações da OMS para o isolamento. Esses trabalhadores receberam um ‘presente de grego’ pelo Banco com redução de jornada em duas horas, mas incluídos num banco de horas de pagamento integral. A própria MP 927 diz que esse banco de horas pode ser negociado por acordo coletivo ou por acordo individual e o BNB optou pelo acordo individual, contrariando o seu histórico de negociação coletiva”, destacou o secretário geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga, enfatizando que o movimento sindical bancário defende a redução da jornada sem qualquer ônus para os bancários, sem banco de horas por acordo individual.

Gustavo ressalta que a reivindicação da categoria é que o BNB procure negociar suas demandas junto à representação dos funcionários. “A via negocial sempre é a melhor saída. E não, simplesmente adotar a MP 927, sem qualquer conversa prévia com as entidades”, analisa Gustavo. Ele finaliza: “é lamentável a postura do Banco nesse momento de crise. É lamentável que se coloque o lucro acima da vida das pessoas. E é lamentável que o Banco não procure o movimento sindical para solucionar esses problemas”.

Acordo individual, não – O presidente do Sindicato, Carlos Eduardo, também condenou a postura do BNB em ignorar a existência de uma mesa de negociações. Ele afirma que o comitê de crise, que tem negociado constantemente as demandas com a Fenaban, tem priorizado o funcionamento das atividades essenciais com condições de trabalho e a devida segurança. “Essa postura do BNB é uma solução autoritária que desrespeita as melhores soluções que são aquelas construídas por diálogo. Nossa posição é de repúdio. Orientamos todos os bancários a não aceitarem acordo individual e, em caso de serem abordados com essas propostas, que denunciem ao Sindicato para que reivindiquemos o estabelecimento de uma negociação coletiva com as entidades representativas”, orienta.

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