O Bradesco lucrou R$ 7,626 bilhões no 1º semestre de 2020, queda de 40%, em relação ao mesmo período de 2019 e crescimento de 3,2% comparado ao 1º trimestre de 2020 (o lucro do 2º trimestre foi de R$ 3,873 bilhões).
De acordo com análise feita pelo Dieese com base nos dados relatório apresentado pelo banco na manhã dia 30/7, a holding encerrou o 1º semestre de 2020 com 96.787 empregados, com redução de 2.411 postos de trabalho em doze meses e foram fechadas 414 agências no período. Apenas no 2º trimestre, período afetado pela pandemia do COVID-19, foram fechados 447 postos de trabalho e 233 agências, apesar do compromisso assumido pelo banco de não demissão enquanto durar a pandemia.
A rentabilidade (Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado – ROE) ficou em 11,8%, com redução de 8,8 pontos percentuais em doze meses. De acordo com o relatório do banco, as reduções do lucro líquido no período estão relacionadas, principalmente, às maiores despesas com PDD, que foram impactadas pelo reforço de provisão de R$ 3,8 bilhões, em consequência do cenário econômico adverso.
A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias caiu 1,1% em doze meses, totalizando R$ 12,9 bilhões. As despesas de pessoal, incluindo a PLR, também caíram no período (-4,6%) atingindo R$ 10,2 bilhões. De acordo com o relatório, esse resultado das despesas de pessoal reflete “benefícios com o plano de desligamento voluntário (PDV) de 2019”, e, no trimestre, à queda na despesa com PLR, em função da queda no lucro. Assim, a cobertura destas despesas pelas receitas secundárias do banco, no período, foi de 127,1%.
COE quer negociação – A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco reivindica a abertura de negociações sobre o fechamento de agências. Dia 30/7, reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico, com o título “Bradesco deve fechar mais de 400 agências este ano”, traz uma afirmação do presidente do banco, Octávio de Lazari, de que o ajuste na estrutura física do banco vai continuar de forma intensa em 2020 e 2021. De acordo com o executivo, o fechamento de agências deve se intensificar no segundo semestre deste ano, em meio ao planejamento dos modelos de atendimento da instituição financeira. Segundo o texto, foram 414 fechamentos nos últimos 12 meses. Isso em plena pandemia.