Caixa Econômica Federal: Nova gestão boicota região Nordeste

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A Caixa Econômica Federal reduziu a concessão de novos empréstimos para o Nordeste neste ano, segundo levantamento feito pelo Estadão/Broadcast com base nos números do próprio banco e do sistema do Tesouro Nacional. Em 2019, até julho, o banco autorizou novos empréstimos no valor de R$ 4 bilhões para governadores e prefeitos de todo o país. Para o Nordeste, foram fechadas menos de dez operações, que juntas totalizam R$ 89 milhões, ou cerca de 2,2% do total – volume muito menor do que em anos anteriores.

No ano passado, a região recebeu R$ 1,3 bilhão, o equivalente a 21,6% dos R$ 6 bilhões fechados pela Caixa em operações para governos regionais. Em 2017, o banco contratou R$ 7 bilhões, dos quais R$ 1,3 bilhão foi direcionado para governadores e prefeitos nordestinos (18,6% do total).

Segundo apurou o Estadão/Broadcast com fontes do banco e da área econômica, a ordem para não contratar operações para os Estados e municípios do Nordeste veio do próprio presidente da instituição, Pedro Guimarães. Sob condição de anonimato, elas confirmam que ouviram a orientação em mais de uma ocasião. No dia 31/7, ao saber do teor da reportagem do portal, o banco enviou uma nota afirmando que as contratações (novas concessões) apresentam “sazonalidade” e variação ano a ano. A Caixa não respondeu sobre os números de contratações neste ano. As operações do Nordeste neste ano saíram para seis municípios baianos, um de Pernambuco e outro de Sergipe.

A reportagem do portal apurou ainda que há uma fila de pedidos de empréstimos para o Nordeste que não foram autorizados. Entre eles, está o de um financiamento de R$ 133 milhões para a prefeitura de São Luís (MA), para bancar obras de infraestrutura. Situação oposta teve a prefeitura de Florianópolis, de Gean Loureiro (sem partido). O pedido de crédito de R$ 100 milhões para obras de infraestrutura, transporte, energia e logística feito no início de julho foi atendido em menos de uma semana. O governo da Paraíba, de João Azevedo (PSB), também fez um pedido de R$ 188 milhões no dia 11 de junho e também ficou sem resposta. O Estado informou que ainda aguarda aval da Caixa para operação. Para conseguir um desembolso de R$ 293 milhões em 8 de julho, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), precisou recorrer à Justiça e, mesmo depois de decisão favorável, teve que esperar algumas semanas.

Em tempo, no final de julho, antes de um café da manhã com jornalistas estrangeiros, em uma conversa informal com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que daqueles “governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão; tem que ter nada pra esse cara”. Depois, se justificou dizendo que fez uma crítica de “três segundos” aos governadores do Maranhão e Paraíba, que são “intragáveis”.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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