Itaú: Banco anuncia PDV no dia em que divulga lucro de R$ 13,9 bi

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No mesmo dia em que divulgou lucro de R$ 13,9 bilhões no 1º semestre de 2019, o Itaú anunciou o lançamento de um Programa de Desligamento Voluntário (PDV), que terá início no dia 1º de agosto e duração até o dia 31/8. O PDV espera atingir 6.900 funcionários. Segundo informe passado à Contraf-CUT, os desligamentos ocorrerão de acordo com a programação da empresa, até novembro/2019 na modalidade sem justa causa.

A empresa oferece duas formas de desligamento. O funcionário que quiser aderir ao PDV poderá escolher entre: receber meio salário para cada ano trabalhado na empresa, sem ultrapassar o limite de 6 salários, mais a manutenção do plano de saúde por 5 anos; ou receber meio salário para cada ano trabalhado na empresa, sem ultrapassar o limite de 10 salários, mais a manutenção do plano de saúde por 2 anos. O público elegível são funcionários acima de 55 anos.

Fechamento de agências – A digitalização das operações bancárias começa a afetar com mais força a sobrevivência de agências e postos de atendimento —o negócio físico— do Itaú. O banco fechou mais de 200 agências no primeiro semestre e deve continuar o processo de redução na rede de atendimento nos próximos meses. Os desligamentos chegaram a afetar os resultados do Itaú, que teve um crescimento com despesa de pessoal de cerca de 7% entre junho do ano passado e junho deste ano. Além dos gastos com desligamentos, também cresceu a despesa com processos trabalhistas.

Lucro – De acordo com o relatório feito pelo Dieese em cima do balanço, o lucro do Itaú representa um crescimento de 8,7% em relação ao mesmo período de 2018 e de 2,3% no trimestre. A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 2,4% em doze meses, totalizando R$ 19,3 bilhões. As despesas de pessoal, por sua vez, subiram 5,8%, somando, aproximadamente, R$ 12 bilhões. Com isso, a cobertura destas pelas receitas secundárias do banco foi de 160,9% em junho de 2019. A holding encerrou o 1º semestre de 2019 com 85.161 empregados no país, com fechamento de 983 postos de trabalho em doze meses, porém, foram fechados 1.043 postos somente no último trimestre do ano.

De acordo com o relatório do banco, “no Brasil, a redução anual do quadro de colaboradores está relacionada ao encerramento de agências físicas”. Em doze meses, foram fechadas 199 agências físicas, sendo 195 somente no 2º trimestre do ano e abertas 36 agências digitais abertas (apenas uma aberta no trimestre), totalizando 3.332 agências e 196 agências digitais, respectivamente).


“Esta postura do banco de lançar um PDV, no atual cenário da economia, vem na contramão da política de gerar emprego, e aumenta o risco de terceirização e precarização. Ela só aumenta mais o desemprego e a miséria que está vigente no Brasil. Queremos saber quais agências serão fechadas e como os trabalhadores delas serão realocados. Não podemos aceitar que os trabalhadores que ficarão no banco sejam prejudicados”
Ribamar Pacheco, diretor do Sindicato e representante do Nordeste na COE Itaú


 

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