O Encontro Nacional dos Funcionários do Santander, realizado dia 3/8 pela Contraf-CUT e pela Comissão de Organização dos Empregados (COE) do banco, trouxe aos delegados o debate sobre os planos de previdência fechados, os ataques que os mesmos vêm sofrendo, tanto da parte dos bancos quanto do governo, e a análise dos resultados do balanço do banco e da holding de empresas grupo.
“Há um forte ataque aos planos fechados, com os bancos querendo ocupar espaço para vender planos privados de previdência complementar e o governo tentando reduzir suas responsabilidades com a pensão dos trabalhadores”, afirmou o ex-diretor eleito da Previ e ex-vice-presidente da Anapar, José Ricardo Sasseron. Ele disse, ainda, que a Previc, que é quem deveria regular o funcionamento dos planos fechados de previdência, está atualmente mais ao lado das empresas patrocinadoras dos fundos de pensão do que dos participantes, inclusive em relação ao desrespeito aos contratos entre os participantes e as empresas patrocinadoras dos planos, citando as mudanças pretendidas nas leis complementares 108 e 109, para permitir que as empresas possam patrocinar mais do que um plano de previdência e liberar a administração destes por bancos e outras empresas financeiras. O debate sobre os ataques aos planos de previdência continuou com apresentações sobre os planos fechados do Santander (Banesprev, Sanprev, SantanderPrevi e Bandeprev).
Dados do balanço
A economista Catia Uehara, do Dieese, apresentou dados sobre o balanço do banco e informações importantes sobre empresas que fazem parte da holding do Santander. No 2º trimestre, o Santander obteve lucro líquido gerencial de R$ 4,171 bilhões, crescimento de 98,4% em relação ao obtido no mesmo período do ano passado. O lucro obtido nos primeiros seis meses no Brasil representou 22,5% do lucro global do conglomerado, que foi de € 4,205 bilhões. Mas, Catia também destacou a redução de postos de trabalho bancários e a contratação de trabalhadores não bancários por empresas que fazem parte da holding. “São contratações com representações de outras categorias, que não possuem Convenção Coletiva de Trabalho nacional, como os bancários, então pode haver diferenças de direitos conforme o estado e até a cidade onde as empresas estão estabelecidas”, disse.
Plano de lutas
Ao final do encontro, os delegados apresentaram propostas de ações para resistir aos ataques contra os direitos dos trabalhadores e avançar na conquista de novos direitos. Tanto o plano de lutas, quanto os documentos e apresentações feitas durante o encontro serão disponibilizadas aos representantes da COE e das entidades sindicais que fazem parte do Comando Nacional dos Bancários, que se encarregarão de fazer o repasse para suas bases.