A coordenação do Comando Nacional dos Bancários e a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniram por videoconferência com o banco dia 20/4 para tratar sobre a proposta de férias e banco de horas que o banco pretende implementar para os funcionários que estão afastados do local de trabalho sem realizar o home office, incluindo aqueles que fazem parte dos grupos de risco.
O banco informou que existem atualmente 45 mil funcionários trabalhando em casa (home office) e 7 mil estão afastados sem atividade de home office. Isso representa 45% dos 81.691 empregados da holding, segundo dados do balanço social do banco de 2019. Além desses, outros 20 mil trabalham em esquema de rodízio. Os representantes dos funcionários tiveram a oportunidade de apresentar algumas propostas que serão analisadas e o banco trará uma resposta na próxima reunião, que deve acontecer dia 23/4, às 10h.
Férias – O banco informou que vai implementar o artigo 6º da Medida Provisória 927/2020, que o permite comunicar ao funcionário o início das férias com antecedência de apenas 48 horas. Mas, não vai implementar os artigos 8º e 9º da MP, que, durante o período de calamidade pública, o autoriza a pagar o adicional de um terço de férias juntamente com o 13º salário e a pagar a remuneração das férias até o quinto dia útil do mês subsequente ao início do gozo das férias. O Santander, o Banco do Brasil e o Bradesco já fizeram anúncios semelhantes, mas nenhum deles negociou previamente com a representação dos trabalhadores.
Banco de horas – O banco também vai implementar o banco de horas para as pessoas que estejam afastadas sem realizar atividades de trabalho em suas casas. A representação dos funcionários apresentou algumas propostas para o banco, que vai analisar, tais como: que todos os dias já transcorridos até a assinatura de acordo sejam abonados; debater como será a compensação destas horas e a proporcionalidade a ser considerada de cada hora. Além disso, as sextas, sábados e domingos não podem ser considerados no banco de horas e compensação somente poderá começar a ser feita após passar a pandemia. A representação dos trabalhadores também cobrou novamente que o Itaú inclua as lactantes e mães com filhos até dois anos no grupo de risco e que o banco disponibilize testes para todos os bancários, principalmente para aqueles que estão voltando do rodízio.
Em relação à função de caixa, que tem dificuldade maior para trabalhar em home office, o Itaú afirmou que o projeto é que eles possam, caso queiram, trabalhar em home office realizando atendimento de call center. Hoje, já são aproximadamente 700 caixas atuando no call center em home office e o número pode chegar a 5 mil bancários nessa condição.
Segundo o Itaú, a orientação é para que não sejam cobradas metas durante a pandemia e os gestores que estiverem agindo desta forma serão punidos. O banco também assumiu que há falhas na comunicação em relação ao tema.