Live debate ameaças à Caixa Econômica

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O IPO da Caixa Seguridade e a devolução dos Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCD) têm objetivos comuns: são ações orquestradas pelo Governo e pela direção do banco para privatizar a Caixa e esvaziar sua capacidade de manter as políticas públicas e investir no desenvolvimento do país. Tudo isso para o governo pagar juros da dívida pública, em benefício dos bancos e investidores privados – maiores detentores dos títulos públicos. Estas afirmações foram consenso entre os participantes da live que a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal realizou dia 26/4.

O presidente da Fenae, Sergio Takemoto, explicou que os recursos com a privatização da subsidiária não voltam para aumentar o capital do banco. A possível venda da Caixa Seguridade vai retirar recursos que dão sustentação aos programas sociais para a população. E mais – a abertura de capital do braço de seguros vai na contramão dos outros bancos.

Juvandia Moreira, presidenta da Contraf/CUT, lembrou que o Banco do Brasil abriu o capital do BB Seguridade em 2013, mas a decisão fez o banco perder rentabilidade. “A gente não abre mão do setor que dá mais lucro, a gente não divide os lucros com a iniciativa privada. Não tem cabimento isso que o governo Bolsonaro e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, estão fazendo. Eles estão entregando uma parte importantíssima da riqueza que a Caixa tem”, analisou Juvandia.

Parte dos recursos da possível venda das ações será destinada à antecipação dos Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCDs), que não tem prazo para serem devolvidos. Portanto, a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), determinou a devolução dos recursos, contraria a auditoria do próprio Tribunal quando deu parecer favorável às operações. É o que confirmou a ex-presidenta da Caixa, Maria Fernanda Coelho. Maria Fernanda considerou que tanto a devolução dos IHCDs como a oferta pública das ações da Caixa Seguridade têm objetivo de fazer caixa para o Governo pagar dívida e também privatizar a Caixa. “Uma coisa super importante que a Fenae e a Contraf estão fazendo é dar nome aos bois – a gente tem que chamar de privatização o que é privatização. A gente ouve falar em desinvestimentos, venda de ativos. Mas temos que nominar corretamente – estão privatizando a Caixa”.

Paralisação –  A coordenadora da Comissão Executiva de Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Fabiana Uehara Proscholdt, falou sobre a paralisação do dia 27 de abril. A mobilização dos empregados foi motivada por uma série de ataques tanto contra a instituição financeira, como aos direitos históricos dos trabalhadores. Além do enfrentamento ao IPO da Caixa Seguridade e da pressão do governo para a devolução dos IHCDs, Fabiana informou outras razões para a paralisação. Os empregados também estão lutando pelo pagamento correto da PLR Social, por melhores condições de trabalho e de atendimento, por meio de mais contratações, pela proteção contra a Covid e vacinação prioritária para os bancários.

Se você perdeu a live, acesse: https://bit.ly/32ZVzMM.

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