Mulheres nas ruas em defesa da igualdade de direitos e pelo fim da violência de gênero

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Na última sexta-feira (8/3), Dia Internacional da Mulher, trabalhadoras do movimento sindical e social tomaram as ruas do centro de Fortaleza pelo combate à violência de gênero, por igualdade salarial, garantia direitos e em defesa da democracia. O Sindicato dos Bancários do Ceará esteve presente.

A concentração aconteceu na Praça do Ferreira, com atividades começando ainda pela manhã, com uma feira feminista, ofertando serviços diversos, com o apoio do Governo do Estado, Defensoria Pública e outras entidades. O encerramento foi com uma caminhada pelas principais ruas do Centro, mostrando à sociedade a pauta das mulheres cearenses: combate à violência e ao feminicídio; por uma educação sem violência de gênero; combate ao assédio moral no local de trabalho; igualdade salarial; garantia dos direitos reprodutivos; contra a misoginia; pelo fim do genocídio na Palestina; ratificação das convenções 190 e 156 da OIT; fortalecimento das candidaturas femininas e feministas e economia do trabalho.

Em 2023, o Brasil registrou um novo recorde no número de feminicídios, desde que o crime foi tipificado, em 2017. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram 1.463 vítimas no ano passado. Já, segundo levantamento Monitor de Feminicídios no Brasil (MFB) – iniciativa conjunta da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Universidade Federal de Uberlândia (UFU) – entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2023, ocorreram no Brasil 1.706 casos de feminicídio consumados e 988 tentativas.

Igualdade salarial

A luta por igualdade salarial entre mulheres e homens compõe a série de reivindicações dos protestos deste 8 de março. Segundo relatório do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado nesta semana, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, o rendimento médio das mulheres (R$ 2.562,00), registrado no último trimestre de 2023, foi 22,3% menor do que o recebido pelos homens (R$ 3.323,00).

Do total de mulheres ocupadas no país, 39,9% recebiam até um salário-mínimo. Entre as negras, praticamente metade (49,4%) ganhavam até um salário-mínimo, contra 29,1% entre as não negras. Já entre os homens, 29,8% ganhavam até um salário-mínimo.

Convenções 190 e 156

Outra reivindicação das trabalhadoras é para que o país ratifique as convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), 156 e 190. A primeira versa sobre igualdade de oportunidades e de tratamento para trabalhadores e trabalhadoras com responsabilidades familiares, enquanto a segunda reconhece o direito de as pessoas serem livres da violência e assédio no ambiente laboral, independentemente de categoria e status contratuais, cobrindo tanto setor público quanto privado, aprendizes e estagiários, em locais físicos ou virtuais, rurais ou urbanos.

Contra todo o tipo de violência

Além de pedir o fim da violência e do feminicídio, igualdade salarial, defesa da democracia e ratificação das convenções da OIT 156 e 190, as trabalhadoras incluíram na pauta de luta do 8 de Março:

  • Educação sem violência de gênero;
    •          Combate ao assédio moral no local de trabalho;
    •          Garantia dos direitos reprodutivos;
    •          Campanha Brasil contra a misoginia;
    •          Pelo fim do genocídio na Palestina;
    •          Economia de cuidados.

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