Venda de ativos inflaram lucro da Caixa

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A Caixa Econômica Federal divulgou dia 12/5 seu balanço referente ao 1º trimestre de 2021

Pedro Guimarães vem afirmando que o lucro da gestão dele em dois anos é maior do que o obtido pelo banco nos oito anos do governo Lula. “Ele compara os valores absolutos do lucro nominal, sem trazer os números a valor presente. Fazer a comparação desta forma é, no mínimo, má fé. Porém, em se tratando do governo da fake-news, podemos acreditar que é mais uma tentativa de enganar o povo”, ressaltou Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa.

Sem a atualização, o lucro da Caixa durante o governo Lula foi de R$ 20,5 bilhões com a atualização chega aos R$ 41,4 bilhões. No governo Bolsonaro, a Caixa faturou R$ 35,2 bilhões. Os valores foram atualizados pelo Dieese.

O papel do banco público – Mas, para a representante dos empregados da Caixa no Conselho de Administração do banco, Rita Serrano, a comparação meramente financeira não é a mais adequada. Para ela, é importante observar o retorno dado pelo banco à sociedade. “O foco tem que ser o investimento. É muito pobre fazer uma análise meramente financeira sem se observar o papel que um banco público deve ter, que é contribuir com o desenvolvimento do país”, disse. “Além disso, não podemos nos esquecer o que se fez para alcançar o resultado”, completou.

O resultado de 2019 foi fortemente influenciado pela venda de Notas do Tesouro Nacional (NTN-B) e com a venda de ações da Petrobras. Dos R$ 21 bilhões que a Caixa obteve de lucro em 2019, aproximadamente R$ 15 bilhões foi resultado de vendas de ativos, como as ações da Petrobrás, do IRB e do Banco Pan. Em 2020, dos R$ 13,2 bilhões do lucro líquido, R$ 5,9 bilhões foi resultado de recursos que vieram da Caixa Seguridade, em razão de novos acordos operacionais que ocasionaram a renovação e formalização de novos contratos. “Ele vende as áreas mais lucrativas do banco, infla os resultados, mas depois o banco não consegue mais operar, não consegue cumprir sua função de fomentar o desenvolvimento do país e tampouco de executar os programas sociais do governo”, observou a coordenadora da CEE/Caixa. “E ainda quer que a gente acredite que ele é um bom gestor”, completou.

Figurinha repetida – Lembramos que a venda de parte das ações da BB Seguridade em 2013, por R$ 11,5 bilhões, foi lamentada, em mais de uma ocasião, por Paulo Caffarelli, que presidiu o banco de maio de 2016 até o fim de 2018. “A gente sente falta da receita recorrente da BB Seguridade”, disse Caffarelli em entrevista à imprensa.

No caminho inverso, quando se especulou sobre uma possível venda do Santander Brasil, quando o banco Espanhol enfrentou problemas com a crise de 2008, o banco não cogitou vender quem era responsável por cerca de 30% do seu lucro anual.

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