Na terça-feira (25/5), o presidente da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), José Maurício Coelho, renunciou ao cargo. Para os representantes dos funcionários do BB e entidades representativas dos trabalhadores, essa renúncia é um indício de tentativa de intervenção do governo federal no fundo de previdência, para acomodar aliados políticos. Em nota, eles afirmam que não aceitarão qualquer ingerência sobre o fundo, que é administrado por seus participantes.
Os participantes estão preocupados e com razão. Foi a nossa luta que garantiu nosso direito de eleger metade dos membros da diretoria, dos conselhos deliberativo, fiscal e consultivos da Previ. E é essa participação dos associados na direção da Previ que impede decisões unilaterais da direção do banco e que garante a defesa dos nossos direitos. A gestão da Previ não é terceirizada, ela é feita por associados, e eles têm interesse em fazer uma boa gestão porque sabem que um dia dependerão dessas aposentadorias. Portanto, é preciso evitar essa interferência com nossa organização e mobilização.
Leia ao lado, na íntegra, nota dos representantes dos funcionários repudiando qualquer tentativa de intervenção.
Não aceitaremos intervenção do Governo na Previ
Na última terça-feira, dia 25, o Presidente da Previ, José Maurício Coelho, renunciou ao cargo antes do final de seu mandato, que terminaria em maio do próximo ano. São fortes os indícios de que a renúncia não foi de livre e espontânea vontade, mas forçada por ordens do atual Governo, visando abrir espaço para acomodar aliados políticos na direção do banco e na direção da Previ.
Os funcionários do BB, associados ativos e aposentados da Previ estão preocupados com eventuais interferências que possam colocar em risco seus direitos e direcionar investimentos de interesse do Governo e de seus aliados, e que sejam prejudiciais ao patrimônio dos associados.
A Contraf e os sindicatos, solidários aos associados, repudiam qualquer tentativa de interferência externa indevida na Previ. O movimento sindical resistirá a estas investidas e lutará para manter as conquistas dos funcionários, principalmente em relação ao modelo de gestão paritária, um dos mais avançados e democráticos entre todos os fundos de pensão brasileiros.
As entidades sindicais, em conjunto com o funcionalismo do BB, lutaram para conquistar o direito de eleger a metade dos membros da diretoria, dos conselhos deliberativo, fiscal e consultivos da Previ. O banco indica seus representantes e os associados elegem os seus. Este equilíbrio de forças protege o fundo de pensão, pois a presença dos dirigentes eleitos impede que o banco tome decisões unilaterais em prejuízo dos verdadeiros donos da Previ, os associados.
Este modelo de governança precisa ser preservado. Os funcionários do banco, junto com as entidades sindicais, estão vigilantes para impedir qualquer retrocesso.
Para integrar a diretoria e os conselhos deliberativo e fiscal é preciso ser participante da Previ há pelo menos dez anos. Esta é uma das exigências estatutárias que membros do atual Governo querem excluir, para viabilizar nomeações de aliados que cumpram as suas ordens.
Não vamos permitir quaisquer interferências ou ameaças ao futuro da Previ.
Representantes dos funcionários do Banco do Brasil